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De cara com o preconceito. Vamos falar sobre isto?




Ontem, numa conversa em grupo de rede social, observei que, ultimamente, muitos estão expressando seus preconceitos abertamente e sem pudor. Na conversação em destaque, num grupo formado apenas por homens para discussão de assuntos de comportamento e política, numa questão de cunho comportamental, um dos integrantes explanou ter preconceito contra mulheres com filhos. Em sua argumentação, em resumo, ele foi bastante misógino e machista. E claro, eu o alertei quanto a isto, inclusive incutindo-lhe a gravidade de tal comportamento.

No entanto, alguns dos que participaram desta conversa, saíram em defesa do indefensável, de que preconceito é algo normal e que sim pode ser expressado. Com isto, por óbvio, fiquei boquiaberto.  E juro, tentei argumentar sobre a seriedade do tema, mas infelizmente, os que admitiram aceitar o preconceito como forma de expressão, continuaram, por seus ódios e preconcepções, apertando a mesma tecla de discriminação e degradação do diferente.

Confesso que já havia notado este tipo de atitude em outras e várias ocasiões. Mas ontem parei para refletir sobre a questão, e constatei que está tão comum a exteriorização da intolerância, e em todo lugar, que nestes últimos anos, a hostilidade, o sectarismo e o fanatismo ultrapassaram os bate-papos privados entre amigos, e se alastraram além das redes sociais, chegando escancaradamente a ambientes de interação pública. O descaso com o sentimento e a dignidade do próximo está nítido, e as consequências disto também.

Basta assistirmos aos telejornais para acompanhar diariamente os efeitos da inflexibilidade e da discriminação. Pessoas agredindo e/ou matando seu semelhante por pensar ou agir diferente. Um absurdo. E nem sempre se vê punição adequada para tamanha delinquência. Por isso, acho importante posicionar o tema para uma discussão mais séria, a fim de avaliar quais os comportamentos que temos e que podem refletir certo pré-conceito, e enfim, evitar que também sejamos emissores de confusões e descréditos.

Assim, proponho que repensemos o que temos feito por hábito, e que observando em nós qualquer tipo de intolerância tola, que apliquemos as correções necessárias. Tirar uns cinco minutos para rever tais questões não toma considerável tempo, e além de nos ajudar, colabora para que os outros tenham de nós mais compaixão e apreço. Eu não posso considerar ser amigo de pessoa intolerante e preconceituosa, que ofende pessoas por distinção de pensamento, credo, cor ou o que seja. É preciso dar distância daquilo que faz mal a nós e aos outros.

Alexandre Fon



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