Por que damos importância ao não importante?
Engraçado como conseguimos dar importância àquilo que não é relevante. E de forma inevitável, mesmo a mente mostrando a irrelevância, o corpo sente. E toda aquela ansiedade ou expectativa, apesar de não haver sentido lógico, domina o momento.
E de repente, a consciência tenta resgatar o pensamento inteligente, argumentando sobre o que realmente importa, inspirada na boa reflexão, mas parece ser um tanto tarde. As emoções dominaram, e mesmo com toda lógica do mundo em desfavor daquilo que não é importante, o corpo precisa lidar com sua nova realidade, o chamado carrossel de emoções.
E andar num carrossel aparenta ser simples e bastante fácil, não é verdade? Mas imagine girar em círculos por muito tempo, no mesmo lugar, sem condições de desligar o motor que move o aparelho, impossibilitando você de descer do equipamento. A velocidade, mesmo a menor possível, depois de certo tempo, se ficar num circulo interminável, enjoa, e queima o estômago. E os olhos parecem ficar frouxos de tanto rodar.
Sem um botão de ligar e desligar os sentimentos, cabe ao ser humano controla-los do jeito que pode; e algumas vezes não pode. É Impossível controlar as emoções o tempo todo. Aliás, não existe controle sobre a vida, embora viver tenha regras específicas e naturais.
Uma delas é dar vazão à consciência. Trazer para si o pensamento lógico, o que proporciona, a quem queira, a permanência no presente - momento onde se encontra a realidade.
Outra regra é entender que o tempo não é nosso. Não decidimos nem quando, nem onde, tudo aquilo que é importante hoje, não será mais.
Engraçado como conseguimos dar importância para coisas, atos e pessoas que não são relevantes para nossa existência. E mais curioso, apesar de constatar que sentimos até o que não deveríamos, mesmo sabendo não ter sequer controle disso, é a lógica nossa única aliada para a compreensão de o porquê existirmos. E existimos para sermos humanos, o que significa que somos pequenos demais para entendermos, de fato, o que importa ou não.
Espero que tenha apreciado esta reflexão.
Alexandre FOn
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